SARAU 2008 – ANO NACIONAL MACHADO DE ASSIS

 


Em 21 de junho de 1839, nasceu, no Rio de Janeiro, um menino muito pobre: Joaquim Maria Machado de Assis. Filho de uma costureira e de um homem que havia sido escravo, mas que conseguiu se libertar e passou a trabalhar como pintor em obras, Joaquim não freqüentou a escola durante muito tempo, por falta de oportunidade. No entanto, transformou-se, com muito esforço, em um dos maiores escritores brasileiros, com admiradores espalhados por todo o mundo. Tornou-se, enfim, Machado de Assis. 

Em suas obras,  retratou como ninguém o ser humano. Grande observador dos costumes da sociedade da época em que viveu, tirava das ruas, dos salões e das festas a inspiração para escrever suas histórias, todas muito vivas e atuais. Tanto, que são lidas até hoje.

Machado de Assis morreu em 1908 e, em homenagem ao centenário de sua morte, 2008 foi decretado, pelo Congresso Brasileiro, o Ano Nacional de Machado de Assis.

No dia 13/05, às 19h30, será realizado, no CEB, um sarau em homenagem a Machado de Assis, com participação de alunos do 4º ao 9º ano. Prestigie!


Conheça  um pouco mais sobre esse ilustre escritor.

Vida

Joaquim Maria Machado de Assis era um menino pobre, neto de escravos, filho de um pintor de paredes e de uma lavadeira portuguesa. Passou a infância num sítio onde sua família trabalhava, na cidade de Ladeira Nova do Livramento, no Rio de Janeiro.  

Quando criança, Joaquim teve uma saúde muito frágil. Possuía uma doença chamada epilepsia, que afetava seus movimentos, e também era gago. Divertia-se empinando pipas, caçando lagartixas e ninhos de passarinho. Gostava também de observar as pessoas, ver o que elas faziam, como se comportavam e o que diziam. Assim era ele, curioso que só. Ainda pequeno, perdeu sua única irmã e também sua mãe.

Naquela época, quando ainda havia escravidão no País, as pessoas mestiças, que tinham uma cor misturada entre o negro e o branco, sofriam muitos preconceitos. Machado de Assis, por ser neto de escravos, era mulato, e também muito discriminado. E por ser pobre, não tinha condições de estudar em cursos regulares, pois precisava trabalhar para ajudar o pai e a madrasta a sustentarem a casa.

Aos 14 anos, resolveu que já era hora de enfrentar a vida. Passou a ajudar a madrasta a vender doces. Trabalhou também como caixeiro de livraria (entregava livros nas casas), tipógrafo e revisor.

Embora não tenha estudado durante muito tempo, adorava aprender. Havia muita coisa que ele queria aprender. E mesmo sobre as coisas que ele já tinha aprendido, sempre queria saber mais. Queria estudar diferentes línguas, conhecer toda a história, todos os países, ler livros de grandes escritores... Essas coisas, ninguém lhe ensinava, ele estudava e aprendia sozinho mesmo (era autodidata). Nas horas vagas, estava sempre mergulhado na leitura. Na biblioteca Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, pegava muitos livros emprestados e não só os lia, mas também tinha o cuidado de anotar os trechos que lhe traziam ensinamentos. Por esse motivo, desde muito jovem, tornou-se um dos maiores intelectuais do País. Aos 16 anos, publicou seu primeiro poema, "Ela", na revista Marmota Fluminense. A partir daí, tornou-se jornalista e cronista.

Naquela época, a profissão de escritor não dava dinheiro suficiente para pagar as contas; por isso, Machado de Assis entrou para o serviço público. Com o tempo, as coisas foram melhorando e sobrou mais tempo para ele escrever.

Foram grandes as dificuldades; mas mesmo assim, por meio de muito esforço, Machado conseguiu superar os desafios e se tornar um escritor talentoso e respeitado.

Em 12 de novembro de 1869, casou-se com a portuguesa Carolina Novaes, com quem teve um casamento feliz e harmonioso durante os 35 anos em que ficaram juntos. Não tiveram filhos. Em 29 de setembro de 1908, quatro anos após a morte de sua esposa, Machado de Assis faleceu na cidade do Rio de Janeiro.

Livros

Os livros de Machado de Assis ainda hoje são considerados muito atuais, pois tratam de temas universais, como o preconceito, a loucura, a vida, a morte, o casamento, a família, as diferenças sociais.

É comum os estudiosos dividirem a obra de Machado de Assis em duas fases. Na primeira fase (chamada romântica), o amor e os relacionamentos amorosos são o tema principal de seus livros. Destacam-se aí as seguintes obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).

Na segunda fase (intitulada realista), Machado de Assis abre espaço para as questões psicológicas dos personagens. É a fase "mais madura" de sua obra. Nos livros Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908), ele faz uma análise crua e profunda do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, qualidades e, principalmente, seus defeitos. Muitas vezes o autor analisa, de forma negativista os valores da sociedade e critica os valores românticos, como a religiosidade e o amor sem medidas.

A partir da publicação de seu primeiro livro, Contos Fluminenses, em 1870, escreveu 20 livros, variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo se destacado tanto no jornalismo quanto na literatura. Os mais famosos livros de Machado de Assis são Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Mão e a Luva, Helena, Esaú e Jacó, Quincas Borba e Dom Casmurro.

Poemas e Pensamentos

Botas...as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.

Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.

Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Lágrimas não são argumentos.

Não é amigo aquele que alardeia a amizade: é traficante; a amizade sente-se, não se diz.

Não levante a espada sobre a cabeça de quem te pediu perdão.

O acaso... é um Deus e um diabo ao mesmo tempo.

O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele.

Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.

Pensamentos valem e vivem pela observação exata ou nova, pela reflexão aguda ou profunda; não menos querem a originalidade, a simplicidade e a graça do dizer.

A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.

A mentira é muita vez tão involuntária como a respiração.

A moral é uma, os pecados são diferentes.

Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.

Eu não sou homem que recuse elogios. Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado.

Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.

Há coisas que melhor se dizem calando.

Para as rosas, escreveu alguém, o jardineiro é eterno.

As coisas valem pelas idéias que nos sugerem.

A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.

A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir.

Não se luta contra o destino; o melhor é deixar que nos pegue pelos cabelos e nos arraste até onde queira alçar-nos ou despenhar-nos.

Muitas coisas melhor se diz calado, pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras sim muitas faces.

Convêm que os homens digam o que não sabem e, por ofício, o inverso do que sabem. Assim se forma esta outra incurável: a esperança. 

Eu gosto de catar o mínimo e o escondido. Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto.

É melhor, muito melhor, contentar-se com a realidade; se ela não é tão brilhante como os sonhos, tem pelo menos a vantagem de existir.

“Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes versos que escrevi chorando."

“Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens, ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e a adversidade...”

SAUDADE
Por que sinto falta de você? Por que esta saudade?
Eu não te vejo mas imagino suas expressões, sua voz, teu cheiro.
Sua amizade me faz sonhar com um carinho,
Um caminhar, a luz da lua, a beira mar.
Saudade, este sentimento de vazio que me tira o sono
me fazendo sentir num triste abandono, é amizade eu sei, será amor talvez...
Só não quero perder sua amizade, esta amizade...
Que me fortalece me enobrece por ter você.

BONS AMIGOS
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Fontes de pesquisa:

http://cienciahoje.uol.com.br

http://www.plenarinho.gov.br

Para saber mais:

http://www.machadodeassis.org.br

 


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